terça-feira, 3 de julho de 2012

Cidade espanhola decide arrendar terras para o cultivo de maconha!

A prefeitura da pequena cidade de Rasquera, na Catalunha adotou uma medida nada convencional para combater a crise econômica que assola aquele país: arrendar terras para o cultivo de maconha através de um acordo de 1,3 milhão de euros com uma associação de usuários de maconha, sediada nas proximidades de Barcelona, para plantar a erva para seus 5 mil membros.

A área cedida equivale a aproximadamente 10 campos de futebol e se situa perto da prefeitura.

"É uma chance de atrair dinheiro e criar empregos" justifica o prefeito, Bernat Pellisa, do partido Esquerda Republicana da Catalunha.

Por outro lado, os moradores da cidadela receiam a chegada de inúmeros viciados, que poderão trazer diversos problemas aos habitantes locais.

Pellisa garante que buscou garantias legais para a iniciativa, parte de uma pacote de medidas anticrise aprovadas em uma reunião na prefeitura. Também assegura que as leis espanholas para maconha não serão desrespeitadas.
— A produção irá apenas para os membros da associação, e não será toda de maconha. Haverá uma rotação com cereal e beterraba sacarina — explicou.
A Associação de Uso Pessoal de Cannabis de Barcelona, parte de um movimento crescente de clubes privados de maconha na Espanha, pagará à cidade 650 mil euros por ano pelo direito de cultivar seu suprimento anual em Rasquera.
— Cultivar para uso pessoal não é ilegal, mas é um assunto delicado — comenta o advogado Oriol Casals.

Pellisa afirma que o negócio criará mais de 40 empregos e permitirá que a prefeitura pague o 1,3 milhão de euros devido em dois anos. E há cinco ou seis projetos paralelos adicionais, acrescenta. Incluem o fornecimento de sementes para as chamadas lojas de cultivo espanhola, que podem vender sementes para quem pretende plantar sua própria maconha.

Um segundo clube de maconha, com 7 mil membros, está em vias de encontrar Pellisa para discutir a ideia. Uma alternativa envolvendo pessoas com câncer também está sendo estudada. O negócio tornará Rasquera, cuja produção local tradicionalmente incluiu oliva, cabras e amêndoas, um dos maiores fornecedores legais de maconha da Europa. Mas nem todos da cidade localizada 150 quilômetros ao sul de Barcelona gostam da ideia.

"Isso nos torna a piada da Catalunha" afirma o professor de Ensino Médio Joan Farnos.
" Levará nossos netos à perdição" reclama uma idosa.

Pellisa disse que comentou o governo regional da Catalunha, que controla a polícia local, sobre o projeto. O governo o aconselhou a consultar advogados, e o prefeito disse que exige sua própria soberania no assunto.

Os clubes de maconha espanhóis alegam que o cultivo e a posse para consumo próprio é legal, o que não traria problemas para a composição de uma entidade com esse fim.

— O uso da maconha está estabelecido e com uma realidade de crescente aceitação em nossa sociedade — sustenta Martin Barriuso, da Federação Basca de Cannabis — Em vez de virarmos as costas para essa realidade, acreditamos que o razoável a se fazer é encontrar uma maneira de regulação, encorajando o uso responsável e criando dificuldades para o acesso de adolescentes.
A prefeitura de Rasquera concordou em criar um comitê para rascunhar protocolos de "segurança e controle de risco", de acordo com a minuta do contrato com a associação de Barcelona.



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